21 janeiro, 2006

Tomar o pequeno-almoço na cama

Femme se reposant - Henri Matisse

Às vezes um pequeno gesto faz a diferença...
É sábado, ainda estou ensonada, sinto un passos pesados no corredor. Sento-me na cama, ajeito a roupa, componho-me o melhor possível.
É o pescador que me traz o pequeno-almoço: apenas um chá de limonete (lucia-lima) ou verde e um pãozinho com manteiga.
- Obrigada! - agradeci com um grande sorriso a acompanhar...
E saboreio o parco petisco, evitando olhar para o espelho enorme em frente, para não ver o cabelo meio despenteado, as olheiras, apesar das noites sempre bem dormidas.
Não, isto não é um comportamento menos macho, uma subserviência à mulher ou sinal de vontade ou espírito fracos...
Antes pelo contrário: mostra nobreza de carácter, gentileza, generosidade, apreço pela sua companheira fiel de tantos anos que sempre assumiu praticamente todas as tarefas de dona de casa e mãe...
Era assim na minha geração e felizmente já não se passa mais nas gerações mais recentes. Agora há divisão de tarefas em casa e nos cuidados e educação das crianças. Ainda bem, para que as jovens mães possam ter os seus tempos de lazer: ler, ir ao cinema, estar com as amigas, trabalhar fora de horas, ter formação pós laboral.
Em alguns fins de semana e feriados costumo ser alvo deste mimo por parte do meu marido.
Ele sabe que eu gosto... e eu sei que mereço!

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