30 julho, 2006

Agostinho e a Mulher


Profile Of Naked Woman - Auguste Rodin

“Admirar a Natureza e não admirar a mulher que é a sua obra mais bela e não a admirar, querendo-a, em tudo o que ela é, espírito e corpo, é ser um poeta que faltou, na sua alma, à amplitude do mundo. O primeiro dever diante de uma mulher é ser um fogo que arde e um coração que se vigia”.

(Agostinho da Silva, “Sete Cartas a um Jovem Filósofo – Seguidas de Outros Documentos para o Estudo de José Kertchy Navarro”, I, IV, edição da Ulmeiro, 1990)

29 julho, 2006

Como irmãs


Two Women - Rachel Deacon

Júlia é nome de Mulher
Jóia rara que se quer,
Júlia é forte, Júlia é amor,
Dá-se sempre, sem temor!

Júlia é raiva e simpatia,
Tempestade e acalmia,
Equilíbrio e inconstância,
Doçura até na distância.

Passa o tempo lentamente,
Esperando, desespero,
Mas ao chegar finalmente
Aquele abraço que eu quero,
A saudade se mitiga...
Está aqui a minha Amiga!!!!

Setembro 87


Adoeceu, nada disse...
Lá longe, na Suiça, sujeitou-se a operação complicada.
Soube há pouco, porque a minha filha viajou em serviço e foi visitá-la ao hospital.
Chocada, ligou-me. Falei com as duas e agora...

Amizade antiga, laços indestrutíveis nos ligam.
Vizinhas, colegas de trabalho no liceu. Como irmãs.

Que fique boa depressa!

Envio-lhe este ramo de girassóis para lhe dar energia...


E travo a vontade de me meter no avião e ir para junto dela.
Não sei...

28 julho, 2006

Soube bem!

Cinco e meia da tarde, saída do trabalho.
Combinámos petiscar na Ria com uns amigos ...
Lá fomos, com bastante vento, não muito agradável o tempo!
O pescador refilava...Mas eu insisti: - Pode ser que amaine....
Ancorámos junto à Base de São Jacinto e deu-nos logo a fome!
A minha amiga tinha feito o jantar, mas não disse o que levava...
Era surpresa!
Uns rissóis para começar...Depois uma tarte de atum...Uma delícia!
Sai uma panela....Arroz de marisco!!!!!
Meloa, café e torta...
Hum...E a dieta? Que se lixe!



Perto de nós, uns belos veleiros.
E ficámos na conversa amena...
Soube bem...

Depois fomos até à Barra...


Praia da Barra e o seu farol

E acabou assim...

Em marés de beijos, a Ria e o Mar.

26 julho, 2006

Nem sempre…



Ria encrespada…
Frio e revolto Mar,
Noite sem luar.

Nem sempre a Ria está azul, bela, serena.
Nem sempre o Mar está quieto, imenso, acolhedor.
Nem sempre estão vestidos apenas de luar…

24 julho, 2006

A Ria de Aveiro



A Ria


A ria, uma aguarela
Com lindas margens de montes brancos
Por mãos de artista já foi posta em tela.

Sobre as águas tranquilas
Desliza o moliceiro
Que traz pintados a peixeira, a moça e o barqueiro.

Quem das origens traz
O lindo reflexo azul
Faz a festa a S. Brás
Para que a morte da Ria
Seja coisa inventada e mal contada.


Ana Teresa

Este poema oferecido pela Girassol num comentário, teria de ser partilhado....
Obrigada, irmã-flor!!!
As imagens dos moliceiros, com desenhos maliciosos, são uma nota picante para este verão quente e luminoso.
A malícia faz parte da natureza das gentes do mar e do campo. Com certa graça, os seus dizeres e desenhos naives fazem-nos sorrir....
(imagens da net)

21 julho, 2006

De rosa e azul



De rosa e azul,
Para dançar na noite,
A Ria se veste…


Senti-me um pouco culpada...
Ainda não tinha falado de Aveiro, da sua Ria, da sua beleza.
Afinal, esta terra acolheu-me, deu-me trabalho, suporta as minhas "pancas"...
Que ingrata!

20 julho, 2006

Jaquinzinhos p’ró jantar…


Seis da tarde, calor e algum vento. Rumámos à marina, com uma lancheira contendo fruta, iogurtes e sumos. Canas de pesca, engodo, galricho.
E muita vontade de passar um bom bocado de fim de tarde na Ria.

E assim aconteceu.
Asssentámos ferro perto de São Jacinto, o pescador sacou logo dos instrumentos para a pesca e começou a faina…
Refilava, a água era pouco profunda, o barco não estava aprumado ao vento, etc, etc…
Eu sentei-me a apanhar os últimos raios de sol e a ler uma revista. Resolvi não tomar uma banhoca, já estava frio para isso…Mas quando está calor, apetece! Ponho o colete porque não sei nadar quase nada e regalo-me a exercitar pernas e braços…

Daí a pouco, começou a dar carapauzinho e eu peguei na cana para experimentar…
E lá vieram eles…Umas vezes um, outras vezes dois de cada vez…
O pescador ficou admirado e não tinha mãos a medir, pois tinha de tirar os peixitos dos meus anzóis, isso não faço!!!! Mal pegava na cana de pesca dele, tinha de vir socorrer-me…E assim continuou a faina, umas vezes interrompida porque os malandrecos ou iam dar uma curva ou fugiam dos outros peixes (robalos..)!!!


Quando demos por terminada a pescaria, já lusco-fusco, verificou-se que o galricho onde se guardaram os peixes estava furado…Muitos fugiram, sorte deles…
Mesmo assim apanhámos 67 jaquinzinhos!!!!


A Ria estava belíssima em fim de tarde. Um pôr-do-sol maravilhoso e depois uma sintonia em azul, reflectindo calma, serenidade.



Há dias…que mais parecem noites…

Mas há outros que nos enchem completamente de luz!

Ao Mixtu dedico este post, pelo seu interesse pela pesca, pelo seu gosto pela poesia e haikais em particular, pelo seu carinho!

19 julho, 2006

Primeira vez…vezes três!



É muito para uma noite só!

Ontem recebi inesperadamente um convite duns amigos, que gostam imenso de passear, ir a concertos, espectáculos, fazer viagens…
Para ir à Casa da Música, no Porto, assistir a uma actuação da cantora mexicana Lila Downs.
Hesitei…Custa-me tanto sair à noite…Ainda mais para o Porto? Estou feita uma verdadeira pacóvia, feliz na casinha da aldeia!
Tive vergonha de recusar…
Já tinha recusado outras vezes, era indelicado, pô!
E lá fomos…

A minha primeira vez na Casa da Música…
A primeira vez no Auditorium…
A primeira vez a ouvir e ver Lila Downs…

Impressões:

Casa da Música - obra de arte arquitectónica espectacular que me agradou muito, embora a quantidade de escadarias me amedrontasse bastante…


Auditorium - bonito no seu conjunto, cores muito agradáveis, muito moderno; cadeiras desconfortáveis, fiquei com dores nas costas….


Lila Downs – uma beleza mestiça, com uma energia e linguagem corporal fantásticas, uma voz possante, entoando canções tradicionais da música rancheira mexicana.


Filha de um professor de arte e pintor norte-americano e de uma indígena mexicana de etnia Mixteca, Lila Downs despertou a atenção do mundo ao interpretar, com Caetano Veloso, «Burn It Blue» no filme «Frida», de Julie Taymor. A beleza deste tema levou-os à cerimónia de entrega dos Óscares em 2003 onde, juntos, provaram o poder da música latina.

Resultado:

Adorei!!!

Depois, passearam-nos pela Foz, Vila Nova de Gaia (em festa) e finalmente aterrámos no Bogani Café, sentados na esplanada em cadeirões de design, comendo gelado, entre relâmpagos e trovões, risos e piadas…

Abençoados amigos!

Que nos tiraram da pasmaceira do dia-a-dia, ou melhor, das noites sempre iguais...

Qual é a próxima?


(Imagens e texto da net)

18 julho, 2006

Alma de Poeta...


Op Art Sunflower - Kurt Ananda


Gira, girassol,
crava-me o punhal de luz:
torna-me poeta...

Nel de Moraes

Poderemos não ter o dom de escrever Poesia.
Poderemos não ser poetas…


Mas, no mínimo,
Oh, sim, no mínimo,
Tenhamos Alma de Poeta!

16 julho, 2006

A gata Lily

Lily - Kate Mawdsley


Gatinha meiga
ao passar da mão
seu corpo se ajeita

Eugénia Tabosa

Dedicado à minha gata Lily, que tem sido uma companheira fiel, carinhosa, por vezes demais...quando se deita em cima da minha barriga, com o seu farto pêlo, nos dias e noites de calor sufocante...
(imagem e texto da net)

15 julho, 2006

Quanto mais nos elevamos...

Liberation - M.C.Escher


“Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar”
Friedrich Wilhelm Nietzsche

Ai os homens!!


São bastante forretas, lá isso são...
Raro é aquele, a quem se faz uma proposta indecente, como por exemplo, um jantar, uma viagem e não pensa logo nos carcanhóis...
Respostas invariáveis:
- Não há dinheiro...
- Estás cheia de dinheiro...
- Queres ir a todo o lado....!!!!

E nós sonhamos, pobres mulheres, mas para concretizar muitas vezes os nossos sonhos, temos de esgalhar muito, convencer com argumentos ardilosos, puxar da imaginação para poupar as lecas, ouvir "piadinhas" de picar miolos, enfim usar a nossa bendita inteligência e paciência de santo!

E foi assim.
- Moçambique? Nem pensar... Fazer o quê?
A coisa estava difícil...
- Também queres ir a Macau no Natal....E os supra-numerários?
Com esta é que me ia arrumando....

Vi o itinerário da viagem:
Ilha de Moçambique, 2 dias;Pemba, 5 dias; Maputo, 4 dias.
Lembrei-me de repente....

PESCA!!!!!


Marlin - Pemba


Pemba, possibilidade de fazer cruzeiro pelas ilhas Quirimbas, nadar com os golfinhos e até pescar...

Ilha de Moçambique, ver as baleias, se forem simpáticas...

Praia das Chocas - Nacala


Maputo, com uma fugida até ao Bilene, de jeep alugado, no Girassol Lodge, que até condiz e mais pesca....


Girassol Lodge - Bilene - Afonso Duarte

Procurei fotos no Google, mostrei-as e vi um relampejar nos olhinhos do pescador!
Hummm...Está quase....

Mais umas contas de cabeça, o Natal ainda vem longe, o tempo corre depressa e pode dar-nos uma sulipanta....depois nickles!

Vou já começar a poupança....podem ter a certeza!!!!!


(imagens tiradas da net)

14 julho, 2006

Foi hoje!



Eugénio de Andrade escreveu:

....................
é urgente o amor, é urgente
permanecer
.....................

Há duas coisas para mim que não se devem adiar.
O Amor e a Viagem da nossa vida, da saudade.

Nunca adiei o amor…
Disse sempre que amava, quanto amava a quem amava….
Porque nunca é demais dizê-lo.
Se o não fizermos, podemos arrepender-nos mais tarde.

Quanto à Viagem da minha vida…

Bem, ando a adiar!
Por falta de dinheiro, por não ter companhia, por não ter apoio, por ter outras prioridades…

Chega!

Hoje decidi que não vou adiar mais.
Porque preciso dessa viagem interrompida, para continuar o caminho.
Para me despedir da terra que amo, onde criei raízes, onde fui feliz menina, onde fui amada jovem.
Nunca cheguei a cortar o cordão umbilical, tão forte ligação me prendia a ela…
Nunca cheguei a dizer adeus…
Embora nunca o quisesse fazer…

Passaram 30 anos.

Disse o poeta:

….é urgente permanecer.

Como posso fazê-lo, se pés nunca poisaram verdadeiramente neste chão, se as asas continuam leves, se o pensamento foge e se queda lá longe, no horizonte perdido…

Praia do Wimbe - Pemba

Hoje decidi que não vou adiar mais.

Vou a Moçambique enterrar as minhas mágoas.
Para sempre.

Namoro...



Lado a lado,
Namoro escaldando,
Sol e Girassol.

13 julho, 2006

Apenas um telefonema….

...e uma tempestade de emoções invade-nos, varre-nos, provocando sensações diversas: espanto, alegria, saudade, nostalgia, frio, calor...

Mas o resultado final é uma acalmia, o saborear lento da imagem desbotada pelo tempo, mas igualmente presente, muito perto, ali…E o reviver…

A araucária, árvore majestosa, tratada com desvelo, estava a crescer a olhos vistos.
Um dia, o meu pai disse-nos:
- Vou cortar o gomo terminal para ela não crescer mais!
E assim fez.
A razão porque procedeu assim tem uma explicação.
Dizia-se que, quando a araucária atingisse a altura do telhado, o dono da casa morreria…
Era mesmo muito supersticioso!
Mas a araucária ficou linda na mesma, engordando para os lados, sozinha, no canteiro relvado do lado direito da casa.


E eis que ainda lá está….E de boa saúde!

Um dia, quando voltar, após 30 anos de ausência, rumarei à Matola.
E pedirei ao casal que lá vive que me deixe entrar.


A minha araucária - foto Girassol


Para afagar a minha araucária.

E chorar toda a minha saudade...

12 julho, 2006

A araucária ainda está aí?


Hoje não foi o meu melhor dia…
Digamos que uma pedrinha de gelo penetrou no meu coração e arrefeceu-o.
E o sorriso largo, os olhos brilhantes de entusiasmo, não existiram.
Apenas um esgar a imitar um sorriso e olhar mortiço, nada habitual. Repararam, no trabalho, não estava a mesma….

Como explicar que, quantas vezes temos ideias, concretizadas com muito trabalho, formação à nossa custa, nas horas de descanso, depois aproveitadas por outros, sem o mínimo reconhecimento? Complicado…
Quem me mandou ser idiota e persistente? Quem me disse que queriam que eu inovasse?
Ninguém….Azar!


Há pouco estava eu ainda de ressaca, toca o telemóvel.
- Estou na Matola…Diz-me onde fica a tua casa!!!!
- Olá! Então em que sítio estás?
- Em frente da bomba de gasolina, ao lado do Rádio Clube. Vim pela auto-estrada, sentido Maputo-Boane, virei à esquerda…
- Volta pelo mesmo caminho e antes de chegares à auto-estrada, viras à esquerda.
- Está bem, já te ligo…
Pausa. O meu coração acelera. O meu colega de curso foi a Moçambique e quis que eu “visse e sentisse” através das suas palavras a casa onde passei grande parte da minha adolescência e juventude…A “ minha casa da Matola”!
O telefona toca novamente.
- Está?
- Estou na rua que disseste. Qual é a casa?
- Vês duas casas iguais, com colunas, do lado esquerdo? É a última, penso que já não é verde….
- Estou em frente dela…Está muito bonita, bem conservada, mas está rosa.
Rio-me, nervosa.
- E a araucária ainda aí está, do lado esquerdo do jardim?
- Sim e o jardim está muito bem tratado.
Agradeço, comovida…Quase que a vejo….

Alguém me quis dar um presente hoje.
Fiquei feliz.



(imagem da net)

11 julho, 2006

Floresta Mágica


Exotic Landscape - Henri Rousseau


Raízes emaranhadas, caules torcidos,
Copas esguias chocando-se ao vento…
Diana e Artemis com duendes despidos,
Druidas e musas dançando ao relento.

Brisas frias vigiadas por génios
Por entre alvas névoas e brumas
Gigantes da floresta, em busca de Hélios
Qual Hércules sustentando nos ombros as turmas!

E se a caixa de Pandora se abrir,
Eolo transportará cinzas e labaredas
E só Zeus poderá esta fúria impedir.

Juntando-se faunos com Eros e Pã,
Levam Almateias para justas veredas,
E renasce na floresta o jade, com afã!


Floresta Mágica, Mais Além – Emília Daniel Leitão

10 julho, 2006

A Outra Metade




Ficou a minha vida pela metade
Ali mesmo, debaixo do Capricórnio acalorado
Na Terra da Boa Gente, pequena cidade
Que Gama baptizou, enfeitiçado.

Calor, sol, frutos acres e coloridos
Cheiros, sabores doces e amargos,
Mosquitos, balidos fortes e rugidos
Neblinas de horizontes profundos e largos.

Sinto a falta do murmúrio do palmar,
Do cheiro quente da terra molhada,
Do feitiço do luar, no mato e no mar,
E até do troar duma agreste trovoada.

Faz-me falta aquela sã hospitalidade
Que unia o que a distância separava,
Que estreitava a amizade e a cordialidade
E o longe e o desconhecido aproximava.

A Outra Metade, Mais Além – Emília Daniel Leitão

Morrumbene - Moçambique

A magia e a beleza de África, o respirar de saudade, os encantos da vivência no mato descritos pela autora, na primeira pessoa.
Forte ligação…
Jamais poderá ser quebrada, tão profunda, tão enraizada.

09 julho, 2006

Mais Além

Assim se intitula o livro de poemas de Emília Daniel Leitão, na sua primeira experiência literária.

Gosto do título sobremaneira: encerra uma vontade firme de percorrer caminhos novos, alargar horizontes, ser uma mais-valia no mundo literário, tão difícil de penetrar e encontrar êxito.

Ela não é mulher que se intimide: terrivelmente assertiva, com uma poesia onde as palavras estão inundadas de energia positiva, do querer ser feliz em harmonia com a natureza, pessoas e afectos.
Deixo aqui um dos seus poemas, que espelha o propósito firme de ultrapassar obstáculos, desgostos e começar de novo, a nível mais alto, ir mais além.


L'Oiseaux Bleu et Gris - George Braque


A cada manhã consentida
Se renova a vida
A florescer em apoteose.
As noites antecedem os dias,
O Sol à chuva sucede,
Num círculo que se fecha
Em revoadas de alegrias.
Quando ao triste Inverno
Se seguem neblinas de Primavera,
De flores a abrir em alvoroço,
Da erva a crescer com pujança
E o Verão num majestoso regresso
Nos traz promessas de esperança
Na radiosa luz que nos inebria…
Então acontece o milagre supremo,
Em que ao nada, à alma vazia,
Sucedem o brilho, o êxtase extremo,
Do começar de novo e ser feliz.

Recomeçar, Mais Além– Emília Daniel Leitão


Mais um sonho tornado realidade: escrever um livro e publicá-lo.
Ontem assisti à sua apresentação restrita, entre família e amigos.
Fiquei muito orgulhosa.
Não é uma vaidade oca. Foi um desabrochar, revelando dons impensados.
Para muitos, uma surpresa.
Para mim, a certeza que se pode recomeçar do nada.

07 julho, 2006

A Tribo de Girassóis



Hoje quero falar da noção de tribo, seja virtual ou não.

Tem a ver com a ideia de pertencer, de fazer parte integrante de um grupo especial.
Há uns anos descobri a minha primeira tribo, de raiz moçambicana. Alguns ex-colegas de Moçambique, pertencendo a um grupo MSN, animaram, conviveram num site, o que me trouxe imensas alegrias, muitas lembranças, risos e algumas tristezas com o desaparecimento de alguns deles. Depois fizemos encontros e mantemos um pequeno grupo que se sente muito bem quando se junta em fins-de-semana e petisqueiras.
Entretanto, descobri a Blogosfera…
E com ela uma nova tribo se foi formando, com a qual sinto empatia e até a falta, quando se ausentam….
Esta tribo virtual tem para mim um valor especial.
É um manancial de informação, cultura e carinho, que absorvo com deleite!
Poesia e fotografia originais ou não, imagens e palavras que me deixam espantada com o talento que vou descobrindo aqui e ali…
Sou bastante fiel aos meus amigos, quer sejam virtuais ou não. Emociono-me e corro quando algum está menos bem.
Comigo já fizeram o mesmo…
E é desta partilha desinteressada que nos vamos alimentando e crescendo.
E se um dia nos conhecermos em qualquer encontro de blogues, a surpresa servirá de motor para a cimentação deste agradável e saudável convívio cibernético!

Beijinhos para a minha Tribo de Girassóis!
(imagem da net)

06 julho, 2006

O Tempo...

Les Montres Molles – Salvador Dali


O Tempo, têm falado tanto dele.
Corre célere, deixa marcas, é inexorável.

Tempo de lembranças, Tempo de esperanças, Tempo de amar, Tempo apenas.

Mas houve tempo, em que quis que o Tempo tivesse asas…



Red Dress - Michael J Austin




Pedi ao tempo que passa
quando só me encontrei,
que não passasse, voasse
na incerteza fiquei...

Pedi ao tempo que passa
quando sozinha penei,
que não fizesse doer
o coração e esperei...

Pedi ao tempo que passa
quando me vi sem ninguém,
que abafasse o meu choro
e as lágrimas também...

Pedi ao tempo que passa
ao sentir a boca dura,
que me devolvesse o riso
nem que fosse por loucura...

E o tempo fez-me a vontade:
Ri, falei, soube Viver...
Pensando quão bom seria
A mim mesma conhecer!



Woman in Red – Rachel Deacon

Quando se sonha, o limite é sem limite...






Moon – Ian Beck


"Quando se sonha, o limite é sem limite..."

- escreveu Jorge Esteves, do
Textos, Pretextos e Contextos.

Sonhámos.
E enquanto sonhámos, vivemos entusiasmados, com vontade de acompanhar a Selecção e ir longe…
Continuemos assim: a viver com garra, com alegria, com perseverança.

Fomos GRANDES no passado.
Voltaremos a sê-lo.
O “pequeno povo, os comedores de sardinhas” mostrarão o que valem!
Comemos “bifes com laranja”, inovámos, um prato diferente!
Só faltaram os “champignons” para o prato ser completo…
Deixaremos a sobremesa para a próxima…
Não queremos engordar!!!!!

Aplaudo esta Selecção!!!!



Os “rapazes” comportaram-se à altura: jogaram bem, foram unidos, camaradas, disciplinados!
Neste jogo, o árbitro portou-se mal, concedendo aquele “penalty” vergonhoso…
Desejo-lhe, no mínimo, uma semana de diarreia….à boa maneira portuguesa de rogar pragas!!!!!
Talvez assim, se penitencie da diarreia mental que teve quando decidiu castigar-nos tão injustamente…

Para a próxima lá estaremos.
Com a mesma força, com a mesma vontade, com MAIOR sorte!!!!



E então pode ser que esta taça seja nossa!!!!!


Força Portugal!





É hora de sair da pasmaceira.
Hora de inovar.

De QUERER MAIS, MUITO MAIS!

Com MENOS AIS!!!!!!!!!



Começo por mim!


Que me dizem?

05 julho, 2006

Ousar...Porque não?

Fly Fly My Plane and I IV - Francis Kilian

"Nunca se deve gatinhar quando o impulso é voar."
Helen Keller


Outro Girassol disse:

“Acima do futebol, dos títulos, das grandes exibições está algo muito mais importante e que (pelo menos para mim) se nota nesta Selecção.. União, Amizade, Camaradagem, Cumplicidade … e também é disso que precisam os grandes feitos.Temos sofrido muito, mas tem valido a pena.
Força Portugal.”

É hoje!!!

Boa Sorte para a Selecção!

Que vença Portugal!

04 julho, 2006

Banderas dança...E que bem!


Ontem fui ao cinema ver "Ritmo e Sedução.
Já imenso tempo que não me sentava numa sala de cinema, se é que se pode chamar isso a um pequeno estúdio...só com três pessoas!
Saudades das grandes salas de cinema! Adiante!




Ver António Banderas no grande écran não é nenhum sacrifício...
É sempre um charme!
Vê-lo a dançar o tango é ainda mais agradável e é isso que salva o filme, se além dele ainda se gostar de dança...






Em "Take the Lead", uma comédia romântica inspirada na história verdadeira de Pierre Dulaine, ele é um bailarino exímio e professor de Manhattan, que voluntariamente vai ensinar danças de salão a um grupo de estudantes mal-comportados de uma escola do interior de Nova Iorque.Inicialmente, os alunos que estão de castigo pensam que esta é uma estratégia para tornar a punição ainda mais penosa. Se ao princípio se mostram muito pouco entusiasmado com as aulas, aos poucos começam a deixar-se contagiar pela energia do professor e não tardarão a admirá-lo e a alinhar na ideia de entrar num prestigiado concurso.Combinar a dança clássica de Dulaine com o estilo único do hip-hop é a ideia que os inspira e motiva. O resultado é um ritmo alucinante e apaixonado, música, partilha, e valiosas lições sobre a honra, o respeito e a perseverança. Para além de Antonio Banderas, integram o elenco Rob Brown, Yaya DaCosta, Dante Basco, John Ortiz, Laura Benanti e Alfre Woodard, entre outros."Ritmo e Sedução" marca a estreia de Liz Friedlander na realização de uma longa-metragem, até aqui conhecida pelo seu trabalho na área dos videoclips (de Joss Stone, U2, Blink 182...) e spots publicitários.








Ficha técnica:
Titulo: « Ritmo e Sedução»
Título original:«Take the Lead »
Realização: Liz Friedlander
Elenco: Antonio Banderas, Rob Brown, Yaya DaCosta, Alfre Woodard, Dante Basco, John Ortiz Género: Drama, Musical
Origem: EUA
Ano:2006
Duração: 108 minutos
(imagens e texto tirados da net)


Mas este projecto não é só dança...
A música e o amor são linguagens universais.
Que unem as pessoas, lhes podem dar dignidade, permitir aproximação, comportar-se com maneiras, respeitar os outros, prepará-los para uma vida mais feliz e completa, até de sucesso pessoal.
Essa é a teoria deste professor de dança, uma história real.
O seu projecto " Take the Lead", que iniciou com tanto empenho e altruísmo, foi acarinhado e levado a cabo em escolas problemáticas, com resultados posiivos.
Danças de salão e hip-hop em mix...Quem diria?????