Ficou a minha vida pela metade
Ali mesmo, debaixo do Capricórnio acalorado
Na Terra da Boa Gente, pequena cidade
Que Gama baptizou, enfeitiçado.
Calor, sol, frutos acres e coloridos
Cheiros, sabores doces e amargos,
Mosquitos, balidos fortes e rugidos
Neblinas de horizontes profundos e largos.
Sinto a falta do murmúrio do palmar,
Do cheiro quente da terra molhada,
Do feitiço do luar, no mato e no mar,
E até do troar duma agreste trovoada.
Faz-me falta aquela sã hospitalidade
Que unia o que a distância separava,
Que estreitava a amizade e a cordialidade
E o longe e o desconhecido aproximava.
A Outra Metade, Mais Além – Emília Daniel Leitão
Morrumbene - Moçambique
A magia e a beleza de África, o respirar de saudade, os encantos da vivência no mato descritos pela autora, na primeira pessoa.
Forte ligação…
Jamais poderá ser quebrada, tão profunda, tão enraizada.
10 comentários:
a minha metade não a conheço...mas para o ano se tudo correr bem vou a africa que me viu nascer.
Olá Velinha!
Fazes bem, vais gostar e sentir o que nós sentimos: pura magia e encanto! Mas também alguma tristeza pela pobreza de que agora está inundada, infelizmente!
Beijinho
Africa que saudades
vim de la menina
beijocas
Lena, terás de a visitar mulher...
Para guardares na tua objectiva toda a sua beleza! Já imaginaste?
Bjs
Claro que não...
Falaram em 500.000....mas acho que será perto do milhão, que está troncho de saudade!
Metade da nossa vida foi passada rodeada de uma beleza selvagem, sem par...Como esquecer?
Bjs
Só conheço o Sal....
Que dizem ser a Europa de Africa...
....
Bom dia!
Não tenho qualquer tipo de relação com África, mas desde menina que tenho uma ideia de que deve ser uma terra mágica.
E a forma como ouço falar só vem confirmar ainda mais as minhas expectativas.
Bela descoberta. De Moçambique que não conheço guardo os relatos de meu pai nascido no Xai-xai.
Um dia também irei conhecer! Sei disso. Por enquanto, apenas me vou deslumbrando com posts como este, por exemplo ;-)*
A mesma ligação que têem todos os que viveram na África.
Os relatos são invariavelmente coincidentes na expressão da saudade que aquelas terras lhes deixaram.
Abraço.
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