01 fevereiro, 2006

Histórias da tia Alice V

Em Veneza, achámos obrigatório andar de gôndola, comer a verdadeira pizza, visitar o Palácio dos Doges, a Catedral de São Marcos e meter o nariz nas lojinhas, ao longo dos canais. O tempo não era muito, apenas um dia, já que estávamos acampados a 100 km de distância.
Agosto, a ilha cheia de gente, tempo pouco sorridente. Começámos pelas gôndolas: negociámos com um sujeito de meia idade que parecia ser o patrão de uns tantos gondolieri e que nos levou 200000 liras pelos quatro. Passeio fantástico para nós, que contávamos os tostões, apontando todas as despesas num caderninho, juntamente com talões, recibos, bilhetes, etc. Esta contabilidade era apenas para saber o custo da viagem, já que iríamos passar o resto do ano a pagar o visa até novas férias...
Perguntámos ao nosso gondoleiro onde se comia uma boa pizza e ele mandou-nos para a pizzaria onde os colegas costumavam almoçar.
Pedimos a pizza da casa, que tinha nozes. A tia Alice, disse que gostava de nozes e logo o italiano, um borrachinho, que nos serviu, lhe trouxe um pires com 2 nozes, piscando-lhe o olho! As piscadelas de olho repetiram-se...e à saída despediu-se dela com um aperto no braço e mais uma piscadela...
A boa da tia Alice, com o seu humor habitual, virou-se para nós e disse:
- Deixem-me já aqui...tenho um problemazito para resolver!
Rimos e lá fomos para as visitas. Como o tempo corria célere, resolvemos separar-nos: a minha filha foi com o pai para o Palácio dos Doges e nós as duas para a bicha da Basílica . Ombros tapados, senão não nos deixavam entrar. Percorremos a igreja e chegámos ao altar-mor, onde se encontra o famoso retábulo, Pala d'Oro, um painel em ouro e pedras preciosas, que só se pode ver pagando!

A tia Alice perguntou ao senhor quanto era, fizémos um esgar ao ouvir a quantia e ele perguntou donde éramos. Quando soube que éramos portuguesas fêz um grande sorriso, murmurou qualquer coisa como irmãs em italiano e fêz sinal para avançarmos. E assim vimos o tal tesouro ...de borla!

Deve ter pensado: poverettas..

6 comentários:

paper life disse...

Aí estásítio onde não tenho tentaão de ir. Estranho não?
Deve ser a história de água enquinada a cercar-me...

:)

Anónimo disse...

E eu que gostava tanto de voltar.
Mas não era só por um dia. Queria lá dormir, passear pela borda dos canais à noite. É tão bonita apesar de degradada.Tem magia, podes crer.Talvez te tentes, já imaginaste o que poderias escrever?
Bjinho

Anónimo disse...

Quando vamos? Já tou...
Tens razão, é linda de morrer.
Mas ainda vi tão pouco.Acho que precisamos ir a alguns lugares especiais buscar inspiração, sorver a energia que emanam.
Tenho uma lista....
Bjs

Anónimo disse...

Veneza... Veneza... que saudades!!!
Muito bonito,
Angelo

(já não vais ao 40? diz qq coisa se for o caso)

Isabel Filipe disse...

Obrigada pelo passeio que me levaste a fazer...

fizeste conhecer um pouco um local ondeainda não tive a oportunidade de ir...

beijinhos

Anónimo disse...

Angelo, faz mesmo saudades...
Queria tanto bisar!

Isabel, não podes deixar de ir. Por lá passaram tantos escritores, poetas, pintores...
É uma pérola de cidade, apesar de precisar de grandes obras de restauro e fortificação. Não pode desaparecer!

Bjinhos