11 fevereiro, 2006

Cabras alpinas...



Nassereith - Tirol - Austria


Estas histórias não são da tia Alice, estas são do Girassol. Umas de viagens, outras nem por isso...
Aprendi durante a minha vida, a descobrir a graça em situações um pouco desgraçadas. Como se quisesse remar contra a maré de má sorte, que por vezes nos vem beijar de leve. Mas o seu efeito em nós é, muitas vezes, pedagógico. Assim o entendo.
Nas minhas viagens pela Europa, aquilo que me dava um grande prazer era planear a viagem! Para isso, escolhia dois ou três destinos, marcava no mapa, assentava os km e socorria-me do livro dos campings europeus, a fim de encontrar os poisos ideais. De preferência, que tivessem piscina, para tomar uma banhoca ao fim da tarde, depois da canseira das visitas...
Tenho que ser sincera quando digo que a maior parte das vezes os planos quanto a banhos saíram furados: ou porque chegávamos já de noite ou por rebentar uma tempestade do caraças, vinda não sei donde. Principalmente nos Alpes, no mês de Agosto!
A primeira vez que visitei a Áustria fiquei maravilhada. Assentámos arraiais num parque de campismo junto da fronteira com a região da Baviera, em Nassereith, em pleno Tirol. Tínhamos pensado ficar 4 ou 5 dias e depois seguir para Salzburgo. Mas acabámos por gostar tanto que não levantámos mais a tenda durante onze dias!
Todos os dias passávamos a fronteira, pelo Fernpass, para visitar os célebres castelos do rei não menos célebre, (um pouco louco, diziam...) Luis II da Baviera. Pensa-se ter sido assassinado, porque gastou fortunas para construir os seus castelos. Hoje são uma fonte de rendimento enorme para o país, já que são visitados por milhões de turistas todos os anos, pagando uma nota preta! Mas vale a pena, o dinheiro gasto, o sacrifício para os ver, depois de esperar horas sem fim em bichas intermináveis...
Invariavelmente, pelas quatro, cinco da tarde o tempo enfarrusca-se, na região alpina, dando origem a chuva, trovoada, vento, enfim, terra lavada!
Um dia, chegámos ao camping e resolvemos dar uma volta pelo promontório logo atrás. Cruzámo-nos com um grande rebanho de cabras montanhesas e a sua pastora. As cabras, de pêlo muito comprido, quando passámos, ficaram a olhar.
Depois, uma quantidade delas, em vez de seguir a pastora, veio atrás de mim. E por mais que a mulher as chamasse, elas continuavam todas lampeiras no meu encalço...Por fim, depois de muito correr, lá conseguiu que voltassem para trás, mas uma delas, renitente, não queria obedecer e continuava a seguir-me, fugindo da mulher.

Fiquei a pensar no assunto...Que teriam visto elas em mim?

Pô...eu até pensava que era boa pessoa!


4 comentários:

Mocho Falante disse...

São deliciosas as nossas recordações de viagens. Lembro quando fui a Veneza em pleno Agosto e acampei nos arredores, de noite caiu um tempestada como nunca tinha visto...para fastar o medo e o frio dei por mim a beber gin puro e a rir Às gargalhadas numa tenda minuscula mas onde água não entrava...sim porque sou um campista profissional lololol

Quanto às cabras, diz-se que vêm as auras por isso quem sabe não tinhas uma daquelas brancas que parecem que são do melhor que há????

Beijocas

Anónimo disse...

Já me ri!!!! Também apanhei em Veneza ( e não contei...) uma trovoada do pior...parecia que a ilha ia afundar!
De campista para outro, digo-te que ninguém me apanha dentro da tenda, debaixo das árvores, com as faíscas a cair por perto...
Meu amigo, obrigada por me dares um pouco de esperança relativamente ao comportamento das cabras!
Bjs

Hata_ mãe - até que a minha morte nos separe Hugo ! disse...

Querida girassol tenho vindo ler as historias das suas viagens, sempre interessantes e até com humor.
Não me conhece neste "vestido" novo.
Mas as suas palavrinhas amigas muito me ajudaram a que continuasse por aqui...
Distraio-me imenso, saltitando de blog em blog...há sempre muito para aprender, e no seu caso, até consegue fazer-me sorrir, quando a leio.
Tantas saudades que eu tinha de sorrir...
Um grande abraço

Anónimo disse...

Querida Noitestrelada, ainda ontem fui ao teu antigo blog saber de ti...E, curiosamente, pensei que já era tempo de construires um novo blog, diferente! Assim aconteceu e hoje apareceste...Que bom!
Trata-me por tu, senão sinto-me uma kokuana( velhinha)....Esta comunidade blogueira tem essa particularidade, de os seus membros não terem idade. Todos se tratam por tu e mandam beijinhos!
Há melhor?

Bitta, gosto de te ler...quase que acredito!!!

Beijinho para as duas