O jardim está muito bem cuidado e depois de subir uma escadaria a muito custo, apareceu, iluminada, ao lusco-fusco, a gruta de Camões...
Inscrição dentro da gruta
Deixo-vos com as palavras dum poeta de Macau, Josué da Silva ...
Foste vendaval, crista de onda verde
Cuspindo sangrenta o desprezo pela vida,
Quando entre ti se interpunha a sede
De ires à lua, ou de espada à lida,
para dares à Grei à honra que precede
o ser primeira e sempre decidida
a soltar nos mares o grito de bravura
ao leme de todos os cabos da esperança,
que a terra era um sem pão de amargura,
um zé ninguém da dor e sem herança
capaz, pra dar aos filhos um algo de ternura
mesmo conquistado na ponta duma lança.
E serias tu, peão desavindo do poder,
Como cão atirado na lama do sistema,
quem na tua taura lira e em teu crer
em delírio, ofertava à Mãe suprema
a chama e a luz de se reconhecer
inteira, no canto universal do teu Poema.
Por fim aqui me encontro Insigne Varão
Nesta gruta tão triste e tão sombria,
Tentando nela haurir toda a paixão
Que obriga com que desta pedra fria,
Se oiça o palpitar de um coração
Que fez de Portugal, a alma da Poesia.
Camões a Oriente Triste – Josué da Silva (1930)
Cuspindo sangrenta o desprezo pela vida,
Quando entre ti se interpunha a sede
De ires à lua, ou de espada à lida,
para dares à Grei à honra que precede
o ser primeira e sempre decidida
a soltar nos mares o grito de bravura
ao leme de todos os cabos da esperança,
que a terra era um sem pão de amargura,
um zé ninguém da dor e sem herança
capaz, pra dar aos filhos um algo de ternura
mesmo conquistado na ponta duma lança.
E serias tu, peão desavindo do poder,
Como cão atirado na lama do sistema,
quem na tua taura lira e em teu crer
em delírio, ofertava à Mãe suprema
a chama e a luz de se reconhecer
inteira, no canto universal do teu Poema.
Por fim aqui me encontro Insigne Varão
Nesta gruta tão triste e tão sombria,
Tentando nela haurir toda a paixão
Que obriga com que desta pedra fria,
Se oiça o palpitar de um coração
Que fez de Portugal, a alma da Poesia.
Camões a Oriente Triste – Josué da Silva (1930)
Beijinhos
7 comentários:
Que bonito!
Essa gruta está d eum bom Gosto...oriental
Adorei
Linda gruta
gostei muito
beijocas
Ele esta em todo o lado!
que gruta tao bonita!
Olá Girassol!
a viagem continua ...
rica e cheia de coisas bonitas para nos mostrares!
beijinhos!
obrigada por essa ternura a Oriente!
dias felizes!
Que belo post aqui tens, minha Amiga!
:) Beijinhos.
A alma da poesia. Depois de Fernando Pessoa a quem venero Camões é dos meus poetas preferidos.
Lindo, lindo ... minha querida amiga .... as fotos ilustram bem a beleza do local e as palavras a grandeza do autor ...
Desculpa as ausências mas ando feita uma preguiçosa !!!!
Beijoca encaracolada em saudade !!!! :))
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