31 agosto, 2007

"O Cessna"

Lembro-me de ouvir na rádio e ler a notícia.
Tinha desaparecido uma avioneta “Cessna” pilotada por um americano...

Recordei imediatamente a viagem feita nessa avioneta da Beira ao Luabo, em Moçambique, para resolver qualquer problema referente a avarias eléctricas, na fábrica da “Sena Sugar Estates”.
E lá fomos, pai e filha, mais uma vez, no avião vermelho e branco com o piloto americano.


Cessna


Tenho de ser sincera e dizer que, apesar da pouca idade na altura, apenas 10 anos, eu tinha bastante coragem e gostava de “aventuras”.
Não havia dúvida que aquilo para mim era uma aventura...
Voar numa avioneta!

O piloto, muito simpático, sobrevoou manadas de búfalos escondidos por “garças boieiras”, que à nossa passagem levantavam voo formando uma nuvem branca muito extensa...
Estava maravilhada!!
Para mim era um espectáculo completamente novo!


Ao longe começaram a desenhar-se nuvens muito negras, sinal da aproximação de forte tempestade e chuvada.
Percebeu-se a preocupação do piloto, que nos explicou que iria fazer um desvio, ladeando o temporal pelo mar.
E assim, dum lado tínhamos o céu escuro, ameaçador e do outro, sol , muito sol e praias de areias brancas e águas azuis...

Pensei algumas vezes, quando soube do desaparecimento, que provavelmente o piloto não teria tido a sorte de escapar a qualquer intempérie...
Como tinha acontecido daquela vez!

Mas o mais certo foi ter-se posto ao fresco, dada a situação complicada naquela parte de África….!!!!
Acredito mais nesta versão…

30 agosto, 2007

"A Negrita"

Ainda vivemos dois anos sozinhos, o meu pai e eu, antes de se tornar a casar.
Íamos frequentemente a Johanesburgo para comprar material eléctrico para a oficina.

De regresso duma dessas viagens, na região da Moamba, em Moçambique, avistámos na estrada um ponto negro e o meu pai foi abrandando até parar.
No meio da estrada estava uma cabritinha preta com as patas brancas que gritava como uma desmamada!

Devia ser recém-nascida pois ainda tinha cordão umbilical...
Olhámos à volta e não vimos vivalma; o meu pai resolveu pegar nela e levá-la connosco com medo que a atropelassem.

Vivíamos nessa altura num 1º andar e a casa tinha uma varanda a toda a largura, com uma belíssima vista para a baía.
Foi nessa varanda que depositámos a cabritinha.
Chamei-lhe “Negrita”.



Foto da net

A Negrita foi crescendo alimentada a biberão com todos os mimos, tornando-se um animal muito meigo, como se fosse um cãozinho.
Gostava tanto dela que, quando teve de sair de casa, fiquei muito desgostosa…

Foi para a oficina onde andava em correrias, com mais de 5000 m2 para explorar! Todos os empregados se afeiçoaram à Negrita.

Quando eu chegava ao portão da rua e a chamava, corria para me cumprimentar no seu alegre “méééééééé” ...e era uma festa para as duas!


Um dia a Negrita partiu um cornito numa polidora e enfaixaram-lhe a cabeça. Ficou linda mas não melhorou e teve de ser abatida para acabar com o seu sofrimento.

Durante muito tempo evitei aproximar-me da oficina.
E quando por fim consegui lá voltar, parecia ainda ouvir ao longe:
- “méééééééée”...

29 agosto, 2007

"Os caranguejos"


Em 1966 entrámos vinte para o curso de Agronomia, o que constituía um recorde!
A meio do ano resolvemos fazer uma viagem de estudo à ilha da Inhaca, situada a 35 km do Maputo, integrada na cadeira de Biologia.


Chaimite

Viajámos num rebocador, ficando alojados nas instalações da Estação Biológica Marítima.
Na segunda noite depois de algumas incursões pela ilha, banhos de mar e passeios à beira-mar, deitámo-nos estafados. Estávamos quatro raparigas num quarto e a luz só durava até às 11 da noite, altura em que era desligado o gerador.

Começámos a ouvir um barulho esquisito que vinha debaixo das camas...
O chão era de cimento e pelo som que faziam pareciam caranguejos....
Gritos histéricos, risos, uma barulheira!


Chamámos os rapazes que, de pronto, vieram todos divertidos de nos terem assustado e levaram os bichos.
Caíu o silêncio, tudo calmo, às escuras.
De repente, uma voz gutural exclamou de modo teatral:
- " Agora já posso sair"!
Desatámos a gritar novamente, mas percebemos que era a voz do Guedes P., que tinha ficado escondido atrás da porta e como estava escuro não o vimos!
Saiu porta fora cheio de gôzo de nos ter pregado outro valente susto!
Só então reparámos que a voz da Sónia não se tinha feito ouvir.
Chamámos por ela: "Sónia, Sónia, estás aí?"
Nada, nenhuma resposta...
Desci da cama e fui ter com ela, mesmo ao meu lado.
Estava em estado de choque, quase não falava!
Percebemos que não queria ficar no quarto...nem em qualquer lugar fechado!
Não tivémos outro remédio senão pegar nos cobertores e dormir ao relento, na varanda do refeitório; tapámos a cabeça com os cobertores e durante toda a noite ouvimos o zunir dos incansáveis mosquitos numa melodia infernal!
No dia seguinte , as marcas das ferroadas dos Anopheles mostravam, de facto, como tinha sido acidentada aquela noite passada na bela e inesquecível Inhaca!

28 agosto, 2007

"O Amor"


Lourenço Marques/Maputo (1975)

O meu pai foi para Moçambique, em 1950.
Tinha uma oficina na Figueira da Foz, até estava bem de vida!
Mas os homens, naquele tempo, perdiam a cabeça por um rabo de saia...


Assim, para castigo, foi empurrado para África pela minha progenitora!



"Pátria"

Só lhe posso agradecer por essa decisão radical, já que me deu a oportunidade de conhecer um continente mágico, do qual ainda hoje sinto tanta saudade…
Adiante!

Ele tinha, nessa altura, um criado chamado “ Amor”.
Será interessante pensar como seria comprometedor quando lhe pedisse algo:
- Ò Amor, traz isto...
- Ò Amor, faz aquilo .....

Tinha alguns amigos pescadores e de tanto ouvir as suas histórias quis experimentar pescar.
Comprou todos os apetrechos: cana, carreto, anzóis, linha, isca.
E lá foi para a doca dos pescadores, levando consigo o Amor.



Iscou o anzol e lançou a linha....
Como não conseguisse ver onde tinha ido parar o anzol, chamou:
-
Ò Amor , viste o anzol?
- Tá aqui! - disse o Amor, mostrando o dedo polegar trespassado pelo anzol...

O pretenso pescador é que ia desmaiando...
Serviu-lhe de lição: foi a primeira e a última vez que foi à pesca.
Em toda a sua vida, o único “peixe” que pescou foi o dedo do Amor!

“Os tate-bitates”

Lembrei-me duma história que se passou em África, era eu uma jovenzinha universitária muito tímida.

Disseram-me que em pequena tinha uma boa dicção, falando fluentemente, sem dificuldade.
Até achavam que poderia ser locutora da rádio!

Depois do desaparecimento da minha mãe, os problemas começaram com a fala.
Gaguejava muito, principalmente quando me enervava.
Queria falar muito depressa, mas os sons não saíam correctos…

Frequentava o 1º ano da universidade e continuava com o mesmo problema: Gaguejava...e quanto mais enervada estava....mais gaguejava!
A situação era grave : chegava a percorrer distâncias enormes a pé para evitar pedir o bilhete de autocarro ao cobrador....
Provas orais? Nem pensar! Procurava dispensar delas, claro!


Vendo o meu desgosto, o meu pai resolveu arranjar-me ajuda e fui parar a um departamento da universidade sul-africana, em Johannesburg, a uma consulta de “terapia da fala”.

Nessa altura, a minha irmã mais velha residia ali e acompanhou-me decidida á primeira consulta.
Fizeram-nos entrar para um gabinete com um espelho que ocupava toda a parede e imaginei logo uma turma de alunos a assistir ao espectáculo!!!!!
Iniciei então aulas com uma terapeuta.
Mas se gaguejava na língua natal, imaginem em inglês…

Ao fim de algumas aulas percebi que o método utilizado consistia no seguinte:
Ao ter dificuldade em pronunciar um som, geralmente os “malvados” pês, tês e qês, teria de repetir esse som tantas vezes até sair sem dificuldade....
Um martírio!

Certo dia a professora resolveu apresentar-me a outros “ tate-bitates”.
Conduziu-me a uma sala onde estavam vários rapazes e raparigas.

Um rapaz dirigiu-se a mim e apresentou-se delicadamente:
-“Mymymymymymy……..nananananamemememememe……iiiiiiiiiiiiiiiiiiis…… JOJOJOJOJOJOhnhnhnhn.....

Fiquei a olhar para ele e percebi naquele instante que, afinal, eu não era tão gaga como pensava!
Dei meia volta, desisti das aulas e acabei por me conformar!!!!!!

Hoje...sim, ainda derrapo nas palavras...mas menos!

27 agosto, 2007

“Plantadora de imagens e sentimentos”…


Assim me chamou, num comentário, alguém por quem nutro forte admiração e empatia aqui na Blogosfera, mesmo sem nunca a ter visto pessoalmente.

Que, com mestria, escreve, desenha e me encanta com os relatos das suas viagens, partilhando com amor o que o seu olhar conhecedor alcança e desfruta.
Obrigada, Helena, gostei muito que me tivesses chamado assim.

Não ser apenas um simples girassol, que tenta contagiar com a sua energia e emoções os que por aqui passam, visitam ou ficam sempre.
Mas uma “plantadora de imagens e sentimentos”.
Interessante…

Vou dizer porquê.



WOMAN WALKING IN AN EXOTIC FOREST - Henri Rousseau (1844-1910)




Tenho-me perguntado muita vez porque segui Agronomia.
Além de ser uma belíssima aluna a Ciências Naturais, não demonstrava inclinação para mais nada. Nem nunca tive “dedo verde”…

Como não queria ser professora de Biologia porque gaguejava, acabei por achar que a Agronomia iria ser algo que me permitiria seguir a minha inclinação para a Botânica e matérias afins.

Hoje compreendo que existe muito mais do que uma carreira para alguém que queira fazer transbordar a sua taça e percorrer outros caminhos, igualmente enriquecedores.
No dobrar da fronteira dos 60´s, novos horizontes se estendem em que conhecimento e emoções andam de mãos dadas para saborear novas aventuras.

Para ti, Helena, este esquisso que adoro.
Ou não fosse de Matisse.




“Em todo poema de Matisse há a história de uma partícula de carne humana que rejeitou a consumação da morte.”(Henry Miller, em “Trópico de Câncer”)


24 agosto, 2007

Encosta-te a mim...

Rodin

Encosta-te a mim... canta magistralmente Jorge Palma.

.......

Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo
o que não vivi, hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.
........

Não sei porquê, apeteceu-me lembrar este poema cantado, já muito visto em vídeo.
Será talvez porque me acalma sentir o toque suave, o calor do braço no meu.

Tantos anos, tanta vida, tanto amor.
Tanto desamor, tantas quezílias, tantas lágrimas.

Não foram cem anos, é exagero, como diz Jorge Palma...
Foram os suficientes para formar um elo - um sem o outro - um com o outro - um mais o outro - um para o outro.

Para que se murmure baixinho:
- Encosta-te a mim...

23 agosto, 2007

Férias V

O carro ficou guardado e esquecido no parque subterrâneo junto à marina, durante os dias ali passados em terras galegas.
Andar só a pé, de barco ou de autocarro.
Os pés ressentiram-se, as pernas também….
Mas a mente, essa, agradeceu!

Ás 4 e meia da tarde subimos para o autocarro turístico que nos levou à Fortaleza e à Praia de Samil, a zona de praias a pulular de gente encalorada.
Acabado o passeio, que durou duas horas, resolvemos fazer a travessia de barco para Cangas do Morrazo, uma terrinha simpática mesmo em frente a Vigo.



Às poetisas Licínia do Sítio do Poema e Otília do Menina Marota dedico este poema do poeta galego Pulpeiro:

¿Por qué o ceo máis limpo ao galego
lle párce afumado?
¿Por qué a terra frolida que manda
lle cheira a escamallo?
¿Por qué a iauga, hastra no ollo da fonte,
pra el ten sempre tasto?
¿Por qué sinte que a sangue sorenta
figura aburalo?
¿Por qué trema, dormente, e dacondo
somella ter rautos
?Porque está cos comenzos da febre
que aos probos deixados
fai perder a cabeza, i erguila,
dar fungueirazos,
cando pintan que poden gandilos
os corvos que, a bandos,
nunca faltan onde eles, famentos
seu coiro buscando…¡
Ogallá que nin un se lles lisque,
nin gordo, nin fraco!...
OBRAS COMPLETAS. Poesias (frag.)
Manuel Leiras Pulpeiro

22 agosto, 2007

Férias IV

Disse-nos que se chamava Marina.
Levantou-se do banco onde estava sentada, debaixo do caramanchão, para que nos sentássemos ao lado dela, perto da estátua do Pulpeiro na marina de Vigo.
E a conversa rolou.
Donde éramos, que já tinha estado no Porto.

Viúva aos 40 anos, tendo residido 40 e tal anos em Madrid.
Nascida perto do Lugo, vivendo agora num hotel de Vigo, fazendo as refeições fora do hotel, já que ali a comida não era grande coisa.
Oitenta e oito anos, uma metralhadora, uma memória fantástica, conversa animada.



Contou-nos que tinha nadado pela Espanha fora…
Pudera com aquele nome não haveria de dar uma óptima nadadora?
Nada de estar estendida ao sol, não…
O que ela gostava era de água!!!





Banhista no areal - Francisco Leiro (1ª parte -Estação Marítima)


Banhista no areal - Francisco Leiro (2ªparte - Plaza de la Estrella)

Depois veio o melhor!
Tinha conhecido há 4 anos um viúvo, tinham-se tornado amigos chegados.
Não entrou em pormenores, mas eu estava doidinha por saber se o amor faria parte daquele encontro entre seniores.



E então veio a revelação, em jeito de confissão.
Que o amigo a adorava, que não fazia nada sem ela.
Que estava feliz, muito feliz desde que o conhecera.
Passeavam para todo o lado…


Perguntou-me como era Lisboa, que não conhecia ainda.
Que havia de lhe dizer?
Que era (e é…) uma das cidades mais bonitas da Europa!!!!!
Ficou entusiasmada, iria falar com o amigo para a irem conhecer.

Despedimo-nos, até um dia!
Para o mês que vem, quando voltar a Vigo, gostaria de a encontrar no mesmo lugar e até levar-lhe uma lembrança de Aveiro.
Quem sabe?
Mas tinha a sua graça….

Achei a história linda, porque continuo a acreditar que algures, algum dia, algo de muito bom irá acontecer assim a quem já perdeu a esperança.


Acredito vivamente no Amor.

Em qualquer tempo!

20 agosto, 2007

Férias III

Depois de várias conversas a dois para acertar um programa, resolveu-se pelo mais curto…
Ou seja, de manhã dar uma voltinha pelo casco antigo de Vigo, pela rua das lojas (…) e da parte da tarde, depois de dormir a sesta (…), apanhar o “bus turístico” onde quer que nos levasse.
E aqui ficam registos desses passeios com as respectivas dedicatórias…
Tentei não esquecer ninguém, mas se assim acontecer…
REFILEM!!!!!!



Antes do almoço ainda deu para chegar à marina e tirar esta foto.


Para agradecer com carinho a Manuel Leiras Pulpeiro, médico e poeta galego, que assim escreveu:

Ou non han de dar leite as cabras,
ou non ha de ter fío o fouciño,
ou hoxe o galo do Coto
hase comer nos Muíños

Cereixa que en pola baixa,
e ó pé dun camiño esteña,
non se ve nunca en ningures
que tarden moito en comela.

Daime onde ó mar unha cova,
daime minchiñas e lapas,
e douvos todo, todiño
canto se dá na Montaña.

Non hai como as noites de inverno,
no escano tras da caeira,
habendo porco, e mais viño,
e un compadre para a palleta.

Non se cómo hei de manter
este meu cagarrosiño,
as papas non se lle chega
ne ó caldo il tórcelle o bico.

CANTARES GALLEGOS (1911) (fragmentos)
Manuel Leiras Pulpeiro
Para a Dulce do Além de Mim e Helena Monteiro do Linha de Cabotagem.

19 agosto, 2007

Férias II

Pequeno almoço tomado, seguiu-se a fila para comprar oos bilhetes de barco para as Ilhas Cies. Por ser dia de semana, não era muito comprida....
Os bilhetes só podem ser comprados 1 hora antes do embarque, já que o mau tempo pode cancelar a mesma!
Dez horas menos um quarto. Mais uma fila comprida para entrar no barco...
Decepção!!! Esperava fazer a viagem neste enorme catamaran...

...e acabei numa barcaça velha!!!!!

Cerca de 1 hora durou a travessia, navegando pela Ria de Vigo.
Pendurada na amurada lateral, focinho ao vento, fui tirando fotos.

Para o Mixtu, este pescador solitário na faina...
Hein, pescador??? De certeza ali tiravas peixinho do bom!!!!


Isto não presta...São tainhas!

Ao longe, na bruma, as ilhas.

E eis-nos chegados ao nosso destino.


Para o Mocho Falante, Teresa David e Caracolinha ofereço estas primeiras imagens da Praia de Rodas...
Mas olhem só, não tentem mergulhar!!!!
Ficavam congelados!!!!!!

E alguém gosta de acampar??? Se calhar, só eu!
Olhem para o fundo e vejam o complexo de restaurante, bar, self-service e parque de campismo, este o único alojamento existente na ilha.
Hummmmm....
Ainda hei-de experimentar!



Vários percursos a pé, para ver fauna e flora características.
Maria de O Cheiro da Ilha e O Poetaeusou, lembrei-me de vós, do vosso amor pelo mar e gaivotas....


Para o Tinta permanente, o tal farol, ao qual não cheguei!!!!! Mas fotografei.


Para as minhas amigas Elsa do Aprendiz de Viajante e Jardineira Aprendiz do Cores da Terra, alguns exemplares mimosos da flora existente...


Para ti, Ana Paula, do Paul dos Patudos, vai o perfume desta madressilva para te inundar de bem-estar, força e saúde.


Depois foi o adeus, a um dia bem passado. Calcorreando alguns percursos, repousando à sombra de pinheiros e eucaliptos.
Viagem de regresso na mesma barcaça...
Pô, não acertei mesmo no barco!!!!!

18 agosto, 2007

Férias I

Quarta-feira, feriado.
Sorna, muita sorna, nada de pressas.
Acabámos dando voltas e mais voltas, arrancando só às 2 da tarde.
A viagem duraria apenas 2 horas e meia, andando devagar.
Para quem está no centro e norte, um saltinho à Galiza dá-se num instante.
Para as gentes da capital, o Algarve é mais perto e acolhedor em termos de temperatura de ar e água!

O mais complicado foi arranjar alojamento dum dia para o outro no pico do verão e das festas galegas.
Depois de muito tentar, lá consegui um hotelzinho modesto, já meu conhecido, mesmo pertinho do porto, quando passei um fim de semana inesquecível com a boa da tia Alice.
Mesmo assim, paguei a módica quantia de 73 euros por dia, só alojamento....





Hotel Compostela - Vigo

Desta vez quis ir mostrar ao pescador as belezas naturais das Rias Baixas, mais propriamente da Ria de Vigo.

Chegados ao hotel, desfeita a mala, banhoca para refrescar e eis-nos prontos para passear pela marina de Vigo, a par de tantos galegos que fazem do fim de tarde a sua hora preferida para esticar as pernas, perder as barriguinhas caminhando ou ganhá-las bebericando uns copos de cerveja, comendo amendoins, azeitonas e batatas fritas.
Muitos casais novos, muitas crianças brincando.
Onde estão as nossas crianças?
Vá, portugueses, desatem a trabalhar!!!!!

Barcos, muitos barcos, que encheram o olho do pescador!!!!
De todos os tamanhos e feitios.
Umas belezas...

Para o meu amigo Chico M., grande velejador (ainda sem blogue), aqui ficam estas lembranças:




Que tal este? Servia??????

Para o Tinta permanente, do Folhas da Gaveta, ofereço estes faroletes à entrada da marina, mas mais à frente tenho um farol a sério.




Para a Teresa Calção do Gostar de Viver e Margarida do Bric-à-Brac, estas imagens da Ria de Vigo e Moãna, do outro lado da margem. Este barco, que passeava à noite pela Ria de Vigo e onde era possível desfrutar dum jantar romântico e dum pezinho de dança, está desactivado!!!!!
Pena...



Seguiu-se o jantar, nesta rua de restaurantes especializados em marisco.


Depois do polvo galego, seguiu-se uma carne de vaca de comer e chorar por mais!!!!
Para a Elsa e Elias, amantes da boa comida, aqui vai esta deliciosa “Chuleta de ternera”....



Para a Teresa M., esta doce Tarte de Santiago!!!!!


Seguiu-se uma noite bem dormida.
E mais não posso contar...
Assim acabou o primeiro dia de férias.