18 outubro, 2007

Por terras de África VI

Colocaram-se dois pneus novos no carro, dado que os outros estavam “ovalizados” e o carro parecia uma dançarina de hula-hula acima dos 90 km/hora!
Feitas as últimas compras em Riverside Mall, regressámos ao Maputo com a bagageira a abarrotar de prendas para as netas, filhos, amigos…
Na fronteira tive de tirar um visto para entrar em Moçambique, mas felizmente foi rápido.
Tomar banho, arrumar roupas, descansar.
Tínhamos uns petiscos à espera: chamuças, rissóis, croquetes e coca-cola, claro!!!!

No dia seguinte era preciso ir ao mercado e ao escritório da TAP confirmar a passagem de regresso.
O mercado é, hoje em dia, um lugar para se ter algum cuidado ao circular.
Com as carteiras…
Mas foi muito interessante esta visita: comprei caju, vários artigos em palhinha, pó de caril.





Depois, dirigimo-nos à Casa Elefante, em frente do mercado, para comprar capulanas.
A escolha foi difícil dada a oferta ser variadíssima!
Fiquei baralhada, mas lá me safei!

Estacionou-se junto ao Edifício Pestana Rovuma, antigo Prédio Funchal e aproveitei para entrar na Catedral.

A Catedral está muito bem conservada, como era antigamente.
Aí, vá-se lá saber porquê, as lágrimas correram cara abaixo…

Numa agência de turismo arranjei um carro com guia por 3 horas nessa tarde.
Destinos: ex-oficina do meu pai, casa da Matola e cemitério.

“A Cromalite”, assim se chamava a oficina. Cromagem, niquelagem, montagens eléctricas em fábricas, quadros eléctricos, etc.
Pintada de novo, mas no passeio havia lixo que chegava…
Tinham-me dito que funcionavam ali os correios, mas afinal deve ter sido comprada por alguém para viver.

E lá estava o pequeno portão onde a Negrita me vinha cumprimentar com o seu méeeeeeeeee…

Rumo à Matola, a cerca de 12 km do Maputo, agora com auto-estrada com portagem, subimos a rua já sem alcatrão até à vivenda que nos pertenceu.

Conversei com a senhora, agora sua proprietária, entrei para o jardim e quintal, tirei fotos.
A casa, agora pintada de rosa, está muito bonita e o jardim e quintal muito bem tratados. Tudo com muito gosto, deu gosto ver...
A enorme estufa de antúrios já não existe e no seu lugar está uma oficina de mecânico.
Por cima da garagem, o salão de festas que nunca chegou a ser usado para tal, com uma varanda a toda a largura (agora fechada), com vista para os Montes Libombos e os belíssimos por-de-sóis….


Despedi-me chorando. Não pude evitar, por todas as lembranças que aquela casa me trazia.
Voltámos para a cidade, mas a prova de fogo viria a seguir.

14 comentários:

margarida disse...

Continuação de Boas Férias.
Mais um reconhecimento aqui do Blog da Guida.
Quando puderes passa por lá.

Maria disse...

É aqui que te quero ver. Estas cores. Estes cheiros. Estes cestos, estas capulanas.....

Continuo a viagem......

Beijinho

Isabel Filipe disse...

eu imagino o que não sentiste quando estiveste junto dos lugares onde viveste...

pelas descrições como esta tua ... e de muitos outros amigos ... eu , que há uns anos atrás tinha um ansia enorme de ir a Moçambique ... já fiz a minha viagem ... já resolvi o que não tinha ficado resolvido ...

julgo que nunca lá voltarei ... é doloroso demais.

beijinhos

Poesia Portuguesa disse...

Fizeste-me deitar uma lágrima de saudade.
Sei que vou morrer sem voltar a ver essas paragens, que muitas delas já nem recordo bem...
E a promessa aos meus Pais vai ficar em nada, nunca irei ver o pôr do sol e rezar por eles, nesses locais.

Grata por assim partilhares estes momentos...

Um abraço carinhoso

Messala disse...

tu és uma querida, Sunflower!
tens uma coragem que eu nunca teria, por isso não volto.
bjinhos

C Valente disse...

Boa viagem , muitas fotos
saudações amigas

bettips disse...

Mulher bonita, de manso estar... Como é embalador ler-te a viagem! Da tristeza e da alegria, ressalta um enorme amor à terra e à humanidade. Bjs

teresa g. disse...

Quase me veio uma lágrima ao olho também! (a música ajuda, porque Moçambique é-me totalmente desconhecido)

Não me esqueci da amiga Girassol, tenho passado de corrida, sem abrir a caixinha (sempre e cada vez mais as corridas...)

Beijinhos

Cristina disse...

Girassol,

Fiquei muito emocionada em ver todas as fotos da África do Sul, a minha terra!

Gostaria um dia também de voltar para ver o que ainda me lembro...

Já passaram 30 anos, mas a vontade é a mesma de voltar...

belas reportagens

diverte-te

beijinhus

Rodolfo N disse...

Que maravilla!!
Que bueno visitar los lugares nunca olvidados y tan preciosos!
Realmente un encanto..
Beijos!

C Valente disse...

Boa noite
saudações amigas

Kalinka disse...

LEIO-TE meia atordoada, é precisamente o que eu queria fazer, não só Maputo, mas muito mais Africa do Sul, que não conheço...
que bom foi teres companhia para lá ires...eu não consigo ir com ninguém...

...Feitas as últimas compras em Riverside Mall, regressámos ao Maputo com a bagageira a abarrotar de prendas para as netas, filhos, amigos…
Na fronteira tive de tirar um visto para entrar em Moçambique, mas felizmente foi rápido...

Sim disse...

José Carlos Rosário. Quem será a Felizarda deste saite. Recordo-me do propritário da Cromalite ser o saudoso Fernando Ribeiro, também morava na Matola, esta casa da Matola ?...! Ele se bem me recordo tinha duas filhas a Anabela (maus vêlha) e salvo a Paula. Com 35 anos de casada para as minhas contas, só se casou muito nova é a Anabela. Beijinhos e muitas felicidades; trabalhei na Cromalite de Janeiro de 1966 a meados de 1968.

Sim disse...

Muito gostaria que alguém me ajuda-se a encontrar pessoas com quem convivi durante 23 anos de Moçambique. Neste blog parece encontar alguém muito próximo, mas não sei o modo de chegar a elas. Morei na Matola; trabalhei na Cromalite e na Sonefe; estudei na escola Primária da Matola; Seminário Pio X; Instituto Mouzinho de Albuquerque Namaacha; cumpri serviço Militar no Songo e António Enes. josecrl.rosario@gmail.com 912539671 Cadaval. A quem me der um empurrão agradeço, não um impurrão para eu cair. Muitas felicidades.