Ontem foi um dia negro.
Até o céu estava cinzento e desabou numa chuvinha miúda, silenciosa, como se chorasse de mansinho.
Ontem tive de dizer adeus a pessoas que conheço e com quem trabalho há 30 anos.
Tive de dar força com o coração partido e a revolta de nada poder fazer para impedir a sua saída dos serviços.
Para o malfadado Quadro da Mobilidade Especial.
Sentei-me ao lado do técnico de Águeda na velha Renault 4L branca e lá fomos resolver um assunto pendente de Apicultura.
Para ele era o último dia de trabalho, para o outro técnico que lá encontrámos e que o iria substituir, seria o primeiro naquele concelho. Deu-se a passagem do testemunho, as últimas recomendações, perguntas, dúvidas. Onde estava isto, onde estava aquilo.
Fomos a casa do apicultor e regressámos à sede em Aveiro.
Mas antes eu tinha pedido para passarmos por Vagos para abraçar a técnica de serviço social. Também para ela era o último dia.
Quando lá chegámos, estava sozinha.
- Veja lá, ia telefonar-lhe….!!!!!!
- Sabe, eu sou bruxinha, adivinhei que me queria falar…disse eu.
Abraçámo-nos, ficou feliz, risonha.
E quando lhe pedi um sorriso especial para mim e para a foto, os olhos brilharam, as fotos saíram, esqueceu por um momento a triste sina.
Encontrei um postal com papoilas na minha secretária com a seguinte mensagem:
Até o céu estava cinzento e desabou numa chuvinha miúda, silenciosa, como se chorasse de mansinho.
Ontem tive de dizer adeus a pessoas que conheço e com quem trabalho há 30 anos.
Tive de dar força com o coração partido e a revolta de nada poder fazer para impedir a sua saída dos serviços.
Para o malfadado Quadro da Mobilidade Especial.
Sentei-me ao lado do técnico de Águeda na velha Renault 4L branca e lá fomos resolver um assunto pendente de Apicultura.
Para ele era o último dia de trabalho, para o outro técnico que lá encontrámos e que o iria substituir, seria o primeiro naquele concelho. Deu-se a passagem do testemunho, as últimas recomendações, perguntas, dúvidas. Onde estava isto, onde estava aquilo.
Fomos a casa do apicultor e regressámos à sede em Aveiro.
Mas antes eu tinha pedido para passarmos por Vagos para abraçar a técnica de serviço social. Também para ela era o último dia.
Quando lá chegámos, estava sozinha.
- Veja lá, ia telefonar-lhe….!!!!!!
- Sabe, eu sou bruxinha, adivinhei que me queria falar…disse eu.
Abraçámo-nos, ficou feliz, risonha.
E quando lhe pedi um sorriso especial para mim e para a foto, os olhos brilharam, as fotos saíram, esqueceu por um momento a triste sina.
Encontrei um postal com papoilas na minha secretária com a seguinte mensagem:
Quem é bom dá para quem vive.
Quem ama, vive para dar
Quem ama, vive para dar
Tirei fotos aos que partiam e aos que ficavam.
Porque o momento era importante, para não esquecer, de tão duro.
Esta manhã entrei no serviço e o choque foi enorme.
No lugar da telefonista, que foi embora para casa, estava um segurança a atender o telefone…
Estou de rastos.
Hão-de pagá-las, se hão-de!
Tenho sede.
De sangue.
De sangue.
8 comentários:
Entendo-te, Flor.
Eu fiquei com raiva, e muita, não com sede de sangue... mas percebo-te.
É bom não esquecer. É bom trazer toda a gente à luta...
Um beijo enorme pra ti...
Como sei do que falas querida amiga
Aqui deixo a minha solidariedade e um beijinho
Ana Paula
Confesso que tive que ir à net saber o que era isso da Mobilidade... Maneiras de dispensar trabalhadores, ao que percebo...
Um beijo, Girassol.
Girassol
Vem ouvir Amália cantando Gershwin.
É imperdível.
Assim passa a raviva.
Beijos
Fuser
Olá Amiga, deixo-te um grande abraço de consolo.
Dentro do possível, bom fim de semana.
Fernandinha
compreendo-te bem demais, tambem na banca esse fenomeno se está a verificar, ontem despedi-me de 4 que se foram embora por força das externelizações...outros 14 vão-se seguir, quando, não se sabe. Doi, quando vemos partir aqueles com quem privámos durante anos, vê-los partir com uma tristeza mal disfarçada, com um sentimento de de escorraçados, é triste. bjs
Não posso dizer-te nada. Compreendo, chorei a mesma raiva há mais de 10 anos. A pessoa que na altura, ficou a fazer "de tudo", abrir a porta, atender telefone e tudo o mais que fazia antes, foi resistindo com a nossa ajuda. Há 4 anos, foi dispensada; morreu há 3. Era uma mulher nova e uma amiga do coração.
Falo das privadas, onde o diabo andou/anda à solta há muito.
Há uma sede imensa de justiça. De normalidade e honestidade nas relações de trabalho.
Unam-se o mais que puderem em volta da razão. Meus abraços
Li-te...com nostalgia pela perda ou afastamento de pessoas queridas.
O que a «moda socretina» trouxe a este País!!!
O malfadado Quadro da Mobilidade Especial.
Também estou sujeita...
um dia, será!
Abraços iluminados pelo brilho das estrelas de Natal.
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