02 dezembro, 2013

Para Sempre



Espero-te na foz do rio, onde desaguas. É lá que me encontro. De olhar pousado no futuro. De corpo inteiro. Não te esqueças que todos os rios desaguam no mar. Não importa quanto tempo levam, mas é no mar que desaguam. Onde eu te espero, rio que és. No mar onde o silêncio é interrompido pelas ondas que se desfazem no areal. Que posso ser eu, ou tu. Ou todos nós.


Percorri todos os cais e não te vi. Talvez tivesse passado a desoras. Mas foi o meu tempo. Vento meu onde respiro. Não me inquietam as ausências. Inquietam-me as presenças. As ausências são suaves, as presenças são sangue fervente que me corre (ainda) nas veias. As noites são a minha companhia, manto de estrelas que recolho a cada madrugada. Deixo fluir as águas de mim que correm como ribeiro e um dia serão rio e chegarão ao mar. É lá que pouso o meu olhar, sempre. É no mar que te vejo, que te sinto, que te amo. É no mar que me devolvo a vida. Numa chegada de ficar. Para sempre.



Publicado por Maria, no blogue “O Cheiro da Ilha”



http://ocheirodailha.blogspot.pt/

3 comentários:

Teresa Durães disse...

belo com a Maria costuma escrever!

Maria disse...

é bom vir aqui. sabia que ias publicar palavras minhas. deixo o comentário para te agradecer esta partilha.

beijinho, Flor Maior.

bettips disse...

De cruzamentos nos fizemos: e ficamos. A espera é sempre (nossa) voltada para o mar.
Bjinhos