26 outubro, 2009

Por terras de Portugal V

Oito e trinta da manhã, mochila às costas, botas de borracha, impermeável pelo sim pelo não.
Agora a viagem é outra.
Seguimos pela A1 de Aveiro até Condeixa, subimos para a freguesia do Furadouro. Percorremos os lugares de Peixeiro, Casmil, Furadouro. Pertencem às Terras de Sicó, com paisagens soberbas!

Vejam...


De Casmil, avista-se a Capela da Senhora do Círculo no cimo do Monte.

Da Senhora do Círculo avista-se quase até ao mar....

No alto do Peixeiro, a panorâmica impressiona!
Terras de pastores, de cabras e ovelhas, pastagens abundantes, oliveiras, nogueiras, matos de carrasqueiras.
Também de malvados javalis provocando prejuízos nas culturas de milho e aveia.

Mas também de belezas, produto da natureza, um pouco invulgares...
Ei-las, as Buracas de Casmil!!!!

Buracas de Casmilo

As Buracas do Casmilo são uma interessante formação geológica que pode ser visitada no concelho de Condeixa-a-Nova, freguesia do Furadouro, em Portugal.
Na estrada que liga o monte da Senhora do Circo à
Serra de Janeanes encontramos a povoação de Casmilo. Entrando na povoação e seguindo por um caminho marcado pela paisagem cársica dos calcários, encontramos as Buracas do Casmilo.
Ladeada por grandes
escarpas, esta interessante formação geológica corresponde ao que resta de várias salas de uma gruta existente no interior do monte, resultando do abatimento da parte central de uma conduta que deixou a descoberto as suas partes laterais extremas.
As Buracas do Casmilo e toda a sua zona envolvente são muito procuradas para a realização de actividades de ar livre, designadamente,
escalada, montanhismo, orientação, rappel e acampamentos.
Obtido em "
http://pt.wikipedia.org/wiki/Buracas_do_Casmilo"

02 outubro, 2009

Por terras de Portugal IV

O trabalho leva-me actualmente a lugares belissimos, onde se respira ar puro e se contacta muito de perto com gente simples e acolhedora.

Vários lugares da freguesia de São João da Serra, concelho de Oliveira de Frades, numa encosta da Serra da Gralheira.

Este é o Portugal profundo, de pastagens, milho, pequenas hortas e vinha em bordadura, cultivadas em socalcos, sustentados por muretes de pedra, obra difícil de antepassados, hoje dando-nos imagens de rara beleza. De pequenos rebanhos de cabras e ovelhas a pastarem livremente.

Estragos no milho provocados por javalis...

Vida atribulada das gentes vivendo nestes lugares longínquos de verões quentes e invernos rigorosos. De infâncias sacrificadas às brincadeiras, trabalhando arduamente na agricultura, em grande parte das vezes acabando analfabetos. Ainda hoje se encontram pessoas que não foram à escola e não sabem assinar o documento que lhe estendemos. Com muita pena, dizem!
Sei que deveríamos ser mais distantes, resultado do trabalho que realizamos, mas não conseguimos deixar de ouvir as suas queixas, os seus dramas pessoais, os seus desabafos pelo estado da agricultura e pecuária e as dificuldades por que estão a passar.

Sei que deveríamos apenas, dada a idade avançada da maior parte dos agricultores que visitamos, levar-lhes boas notícias, agradecer-lhes por ainda cultivarem as suas terras, pedir-lhes para não desistirem, como é sua vontade...
Sei que depois desta geração desaparecer pouco restará... apenas terras abandonadas onde as silvas encontrarão um meio óptimo para crescerem à vontade. Os filhos estudaram, deixaram o campo e foram viver para as vilas e cidades, procurando empregos mais remuneratórios. Não querem mais saber das terras, afastam-se definitivamente.
Encorajando os poucos que ainda vão conservando a paisagem portuguesa verde, bonita de se ver, procurando não os penalizar por pequenos erros, na maior parte das vezes por ignorância, ingenuidade ou informação incorrecta.
Este é o nosso dia-a-dia.