Praia de Hac-Sá
12.
vou nas asas de um vento cego, de um vento matinal
que sopra do norte. nem os vendavais quebram o hábito
de voar, mesmo quando a luz do farol se apaga e nos guia
um sopro salgado que vem do mar. em Hac-Sá
as casuarinas secam de um silêncio novo. dos seus
troncos de madeira macia liberta-se um junco,
e são de promessas as suas velas.
Jorge Arrimar, Doze (Re)Cantos do Poema
Jorge Manuel de Abreu Arrimar nasceu em Chibia, Huíla (Angola),
em 1953. Na década de 1970, criou com amigos o Grupo Cultural da Huíla
(Grucuhuíla). Estudou na Faculdade de Letras da Universidade de Luanda, tendo
concluído a licenciatura em História e especializando-se em Ciências
Documentais. Foi professor de português em Açores, onde dirigiu, com Carlos
Loureiro, um suplemento literário chamado Página Africana. Publicou, entre outros títulos, Ovatylongo
(1975), Poemas (1979, em parceria com Eduardo B. Pinto), 20 Poemas de Savana
(1981), Murilaonde (1990), Fonte do Lilau (1990), Secretos Sinais (1992) e
Confluências (1997, em parceria com Manuel Yao). Em 1985 radicou-se em Macau,
onde ocupou o cargo de diretor da Biblioteca Nacional. É colaborador do
Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, organizado pelo Instituto da
Biblioteca Nacional e do Livro e prepara uma Antologia de Poetas de Macau em
parceria com Yao Jingming. Reside hoje
em Portugal.
1 comentário:
saudades de Macau :)
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